Donos de veículos e motos de Mato Grosso estão sentindo no bolso o grande aumento no valor das taxas cobradas pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) que podem chegar até 700% e passam a vigorar a partir desta quinta-feira (12). A diretoria do sindicato aponta que, normalmente, quando há elevação de tarifas na prestação de serviços o usuário tende a “cobrar também melhorias na estrutura do atendimento, no entanto, esta não é a realidade vivida hoje no Detran. E com isso podem gerar insatisfações dos contribuintes por não terem um serviço que corresponda aos valores cobrados”.
De acordo a presidente do Sinetran, Veneranda Acosta, o número de funcionários para atender o público é reduzido e o Detran ainda enfrenta dificuldade com o sistema informatizado que ainda não é plenamente eficaz. “Aliado ao número reduzido de servidores, em caso de pane do sistema, os atendentes é que vão sofrer as conseqüências das reclamações, caso a população que passa a pagar bem mais caro pelos serviços, não encontrar melhorias na entidade”, observa Veneranda.
O crescimento da frota de veículos de 2000 a 2011, segundo dados do próprio Departamento de Trânsito, passou de 204%. Mato Grosso tem frota de 1.336.358 veículos e cresceu, em média, 10 mil veículos ao mês, nos últimos 12 meses. Levando em consideração os três milhões de habitantes, a média é de um veículo para cada três pessoas.
“Já o quadro de servidores em 2001 era de 715 e atualmente é de 767. Vale ressaltar que nunca tivemos todas essas vagas preenchidas, nem mesmo atualmente”. Os 300 concursados efetivados pela Autarquia pouco acrescentaram na estrutura geral de servidores. Na Ciretran de Sapezal, por exemplo, não há nenhum servidor efetivo. Todos são comissionados ou estagiários.
Mas não são apenas os proprietários de veículos que podem reclamar dos serviços. A expedição de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) também cresce em ritmo acelerado. Por ano são mais de 60 mil novas carteiras de motorista, o que também provoca um aumento de demanda de atendimento no Detran.
Veneranda Acosta faz a defesa dos servidores: “são eles que estão na linha de frente, ou na linha de tiro das reclamações que são justas, porém ficam de mãos atadas dentro de uma estrutura física que não acompanha o crescimento da população mato-grossense, e sobrecarregados em trabalho por falta de mais servidores no atendimento diário aos cidadãos” e lembra que é necessário e urgente que sejam nomeados as pessoas classificadas no último concurso público, onde seja possível ao menos adequar a atual demanda de serviços no Departamento Estadual de Trânsito.
(Atualizada às 09:11h em 12/1)